Câncer de Pâncreas

Tipos de câncer

Definição

O pâncreas é parte do sistema digestivo que tem como principais funções a produção de insulina e de enzimas digestivas. Localiza-se no andar superior do abdômen, atrás do estômago. O órgão se divide em três partes: cabeça, corpo e cauda. A maior parte dos casos localiza-se na cabeça.

Epidemiologia

O câncer de pâncreas é pouco frequente, embora tenha ocorrido um aumento dos casos nos países desenvolvidos na última década. Ele ocorre com maior frequência em idosos e é pouco frequente em indivíduos abaixo de 40 anos. Homens e mulheres são afetados em proporções equivalentes. O adenocarcinoma é o tipo mais frequente, porém de pior prognóstico. Outro tipo é o neuroendócrino (produz insulina), que tem melhor prognóstico que o adenocarcinoma.

 

O câncer de pâncreas não figura entre os dez mais incidentes no Brasil na estimativa de casos novos de câncer do INCA de 2016.

Fatores de risco

Alguns hábitos de vida e certas doenças aumentam o risco de câncer de pâncreas. Não se sabe ao certo a sua causa, mas alguns fatores são identificáveis. Os principais são o consumo de tabaco e álcool, excesso de peso e histórico pessoal e familiar de câncer. Os cânceres de ocorrência familiar geralmente relacionados ao câncer de pâncreas são mama, ovário e o próprio câncer de pâncreas.

 

Algumas síndromes familiares relacionadas a essa doença são as seguintes: síndrome de Peutz-Jeghers e ataxia-telangectasia, polipose adenomatosa familiar, câncer colorretal não polipoide hereditário e múltiplos nevos atípicos (familiar).

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas da doença dependem da localização do tumor primário (cabeça, corpo e cauda do pâncreas) e, na maioria dos casos, são vagos e imprecisos. Cerca de 70% dos pacientes procuram um médico por causa de dor, geralmente localizada na região do estômago, alastrando-se para as costas.

 

A dor é mais comum nos tumores de corpo e cauda do pâncreas.

 

Cerca de 10% dos pacientes apresentam icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas). A urina fica mais escura, e as fezes, mais claras. A parte branca dos olhos também pode ganhar uma coloração mais amarelada. A icterícia é mais comum nos tumores de cabeça do pâncreas.

 

A perda de peso (10% do peso corporal) é um sintoma pouco frequente, mas pode indicar um mau prognóstico. A perda de peso é mais frequente nos tumores de cabeça do pâncreas.

 

Outros sintomas menos frequentes são coceiras no corpo, mudanças no funcionamento do intestino, indigestão, aparecimento de trombos nas veias e diabetes.

Diagnóstico

O diagnóstico definitivo é histopatológico e a biópsia pode ser obtida por meio de cirurgia (laparoscopia ou laparotomia), de ultrassonografia endoscópica ou colangiopancreatografia retrógrada, ou ainda guiada por tomografia computadorizada ou ultrassonografia. É comum a realização de outros exames, como de imagem e sangue.

Classificação

Existem dois tipos principais: o carcinoma (tumor exócrino) e o tumor neuroendócrino (tumor das ilhotas do pâncreas). O carcinoma (adenocarcinoma) é derivado das células que produzem as enzimas pancreáticas e ajudam o processo de digestão. O câncer das ilhotas do pâncreas é derivado das células produtoras de insulina e glucagon (hormônios que controlam o nível de glicose no sangue) e é relativamente raro. Existem outros tipos mais raros de câncer que acometem o pâncreas, como linfomas e sarcomas.

Estadiamento

Em geral, utiliza-se o sistema TNM (tamanho, linfonodo e metástase) para avaliar a sua extensão. O sistema classifica os tumores entre 0 e IV, sendo os tumores 0 e II considerados localizados e os tumores III e IV como avançados. Quanto maior o estadiamento, pior o prognóstico. Os tumores neuroendócrinos do pâncreas são classificados como bem diferenciados e pouco diferenciados. Os bem diferenciados têm melhor prognóstico.

Tratamento

O estadiamento auxilia a escolha do tratamento. Além disso, o tipo de câncer, o estado geral do paciente e a localização do tumor são importantes para definir a melhor alternativa.

 

As principais modalidades são cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia-alvo. Em geral, utilizam-se combinações de dois ou mais tratamentos entre as diferentes modalidades disponíveis.

Prognóstico

O prognóstico depende do tipo de câncer, do estadiamento do tumor, da localização do tumor e do estado geral de saúde do paciente. Quanto maior a extensão da doença e pior o estado geral do paciente, pior o prognóstico. Em geral, os cânceres de pâncreas exócrinos têm mau prognóstico. Os tumores que são operáveis geralmente apresentam melhor prognóstico.

 

A sobrevida em cinco anos para a doença localizada nos países desenvolvidos é de 10%-30% e para a doença avançada, cerca de 5%.

Prevenção e Detecção Precoce

Evitar o consumo de álcool e a exposição ao tabaco são formas de diminuir o risco. Atividade física e alimentação saudável são outras estratégias indiretas. Isso porque contribuem com a manutenção de um peso ideal, prevenindo o diabetes, que, por sua vez, é fator de risco para o câncer de pâncreas.

Fontes

1. Cancer Research UK home page (http://www.cancerresearchuk.org)
2. National Cancer Institute (NCI) home page (http://www.cancer.gov/)
3. Portal do Instituto Nacional de Câncer (INCA) (http://www2.inca.gov.br)
4. World Cancer Report 2014. Edited by Bernard W. Stewart and Christopher P. Wild. IARC, Lyon, 2014.
5. Instituto Nacional do Câncer.