Allan Robson Siqueira

Meu nome é Allan Robson Siqueira e sou funcionário público da Prefeitura Municipal de Duque de Caxias (RJ).

No início de 2012, mais precisamente em fevereiro, eu estava em uma pousada em Cabo Frio, com minha esposa, que observou pela primeira vez que havia sangue no vaso sanitário e me questionou. Então, respondi que deveria ser um início de algum problema com as hemorroidas. Pois bem, os dias foram se passando, e o sangramento aumentando. Minha esposa insistia para que eu fosse ao médico; eu me recusava, claro, dando uma de “machão”.

No íntimo, porém, cheio de medo, até que, seis meses depois de tanta insistência, concordei em ir ao proctologista, consulta essa marcada pela minha irmã Jussiara.

Bem, amigos, após alguns exames, veio a constatação dolorosa: eu estava com câncer de reto, já na fase 3. Ao saber do diagnóstico, me vi envolto em um casulo formado por energias negativas. Só pensava que era o fim. Foi, então, que as palavras amor e família fizeram todo o sentido para mim, já que uma de minhas filhas, a mais jovem, e minha esposa, me disseram que íamos enfrentar juntos o tratamento. Elas diziam que íamos vencer. Assim, eu me enchi de esperança e disse: vamos à luta.

Fiz todos os exames pré-operatórios e fui para a cirurgia, esta realizada através de vídeo, o que não foi satisfatório, visto que, no meu caso, houve um acidente e, após a retirada do tumor, meu ureter esquerdo havia sido perfurado, e o cirurgião não teve como proceder. Naquele momento, começou toda a minha via crucis.

Após 20 dias, já em casa, passei por outro problema: o corte realizado na cirurgia para a retirada da peça literalmente “estourou”, por onde vazou muita secreção. Fui internado às pressas, com septicemia localizada, e tive que me submeter a uma nefrostomia, o que se repetiu por mais três vezes para drenar a urina.

Em consequência disso, formou-se uma fistula no local da anastomose, ou seja, bem na região que havia sido cortada para a retirada do tumor. Em função de tantas intercorrências, não pude iniciar o tratamento oncológico, digo, a quimioterapia. Foi, então, que tive que passar por mais uma intervenção, isto é, uma colostomia, o que, após alguns meses, ajudou a fechar a tal fístula. Só então, pude partir para outra cirurgia grande, abrindo dessa vez o abdômen para tentar um reimplante do ureter. O próprio médico havia me dito que seria muito difícil essa intervenção, já que, após tantas infecções, ele não garantiria o sucesso ou até mesmo talvez retirasse o rim.

Bem, até aqui contei o caminho espinhoso; porém, durante todo o tempo, durante todos os momentos de amargura pelos quais passei, e foram muitos, até cheguei a pensar em entregar os pontos, mas minha esposa, com sua fé em Deus, amor e muita paciência, veio insistindo comigo, bem como minha filha, que, “puxando minha orelha”, dizia: “Levanta, pai, briga pela vida; você pode. Nós estamos juntos”. Depois disso, fui para a tal cirurgia confiante e disse que Deus iria operar e tudo iria dar certo. E deu.

Meus amigos, a cirurgia foi um sucesso, e eu não perdi meu rim. Claro que o cirurgião foi excelente, e Deus, com toda certeza, conduziu suas mãos. Ele me disse, após o procedimento, que ficou impressionado, uma vez que não havia mais nenhum foco de infecção dentro de mim. A fé e a perseverança que minha esposa incutira em mim foram atendidas por Deus.

Pois bem, agora tudo está ok. Vamos para o procedimento oncológico. Não, meus amigos, a caminhada ainda seria um pouco mais longa e árdua, já que, por causa do tempo em que levei para me recuperar da fístula intestinal e da cirurgia de reimplante do ureter, e, como não fiz o tratamento em tempo, o tal tumor voltou no mesmo lugar do outro. Vocês, então, podem pensar que foi tudo em vão. Não. Deus me conduziu até aqui, venci todas essas etapas, com o extremo cuidado de minha esposa e de minha filha. Elas ao meu lado, fazendo os curativos com carinho, controlando minha medicação e alimentação; enfim, passei por todo o quadro crítico.

E saibam, senhores, foi duro e com muito sofrimento; porém, hoje estou em tratamento com uma médica extremamente profissional no COI; já estou indo para o oitavo ciclo de quimioterapia, e a doença já reduziu quase 60%. Portanto, a fé, o carinho e o amor familiar, assim como as energias positivas de amigos, claro, junto à fé em Deus, me fizeram vencer todas essas etapas e encarar a recidiva do tumor com calma e esperança de vitória.

Hoje, agradeço primeiro a Deus, por me dar forças, por ter colocado em minha vida esta mulher maravilhosa, Maria do Carmo Inácio Bahia, minha esposa, minha amiga, minha companheira e minha mentora espiritual, visto que todo o caminho espinhoso ela atravessou comigo. Quero agradecer mais uma vez a Deus, por ter colocado em minhas mãos uma clínica por excelência, como é o COI.

Eu digo a todos que vou vencer, ou melhor, vou não, já venci, e vocês poderão vencer também. Tenham fé e acreditem que Deus só dá o cobertor de acordo com o frio. Sigam à risca o tratamento. Assim, poderemos mostrar que essa doença não é invencível. Tenho certeza de que, em breve, darei outro depoimento, dizendo que estou sobre controle, não mais doente.

Obrigado, Deus, por tudo.